No passado fim de semana uma
grande amiga ofereceu-me um livro bastante marcante que nos faz pensar sobre a frágil posição das mulheres nas sociedades do Islão. Admiro a cultura muçulmana, porém, há certas coisas que me repugam. Após ter lido (já há uns tempos) o livro «Flor do deserto» deparei-me agora com este documento arrepiante, onde uma mulher nos relata as drásticas consequências de uma atitude normal de uma rapariga nas sociedades ocidentais (se é que as podemos chamar assim). Só uma coisa posso dizer:
"yāllāh!" (oh Deus!)
"De repente senti uma coisa fria escorrer-me pela cabeça. E de súbito o
fogo envolveu-me. Percebi o
fogo, e o filme acelera-se, as imagens passam muito depressa. Começo a correr descalça pelo quintal, bato com as mãos nos cabelos, grito e sinto a roupa a flutuar atrás de mim. A minha roupa também estará a
arder?
Sinto o cheiro a
petróleo e corro, mas a parte de baixo do vestido impede-me de dar grandes passadas. O terror guia-me, instintivamente, para longe do pátio. Corro para o quintal porque não há outra saída. Mas não me lembro de quase nada depois. Sei que estou a
arder e grito de
dor. Como é que consegui fugir?Ele correu atrás de mim? Estava à espera que caísse para me ver a
arder?
[...]
Quando entreabro os olhos, só consigo vislumbrar um bocadinho do meu vestido ou da minha pele. É
negro e cheira mal. Continuo a
arder e, no entento, o
fogo já não me envolve. Mas, apesar disso, continuo a
arder. Na minha mente continuo envolta em
chamas.
Vou morrer. Não importa. Talvez já esteja morta. Finalmente acabou-se."
Souad in «Queimada Viva»