Tempestade I
Gustav Klimt, Der Kuss, 1907-1908
Esta noite perco-me nos lençóis do teu amor,
esse amor que Ontem busquei na essência das
estrelas!
Esta noite prendo-me no teu Corpo,
onde me busco eternamente
e me perco na luz da auréola dos teus olhos...
Sinto a ténue faísca dos relâmpagos que lá fora se cruzam
Sinto a chuva dos nossos corpos
unidos na mais pura das Eternidades...
E a chuva cai
lentamente
Numa verticalidade ofusca
que se dissipa quando as gotículas caem
no díspar chão
envolvendo a melancólica tulipa que brota.
Cá dentro a temperatura é amena
o luar alumia os nossos corpos
e revela as sombras da nossa alma.
Esta noite somos o vermelho pôr-do-sol
no imenso mar da nossa Vida.